Currículo

14-02-2013 23:42

Nome –  António Trigueiro da Câmara

Filiação – Francisco Vital da Câmara e Luísa Trigueiro da Câmara

Data nascimento – 22 de Novembro de 1939

Natural – Frguesia da Fazenda

Concelho – Lajes das Flores

Ilha das Flores

Habilitações literárias  – Curso Geral dos Liceus(antigo 5º ano)

Profissão – Aposentado

Residência – Rua Dr. Marcelino da Costa Moules, 63

Freguesia – Cinco Ribeiras

Concelho – Angra do Heroísmo

Ilha Terceira - Açores

 

História/Recordações

Com onze anos de idade: Comunhão Solene e exame de quarta classe.

Professor: Francisco Rodrigues Vieira Júnior

Aos 14 anos de idade, fui trabalhar para o estabelecimento comercial do Sr. Adão Pinheiro da Silva, no rés-do-chão da casa das Senhoras  Mendonças ao Telhal, a ganhar 120$00 por mês ou seja, 4$00 por dia. Foi assim durante 2 anos, tendo sido aumentado no segundo ano para 140$00 mensais. Depois passei por uma série de trabalhos, desde os serviços rurais de meus pais aos serviços por conta de outrem, nomeadamente do Posto Agrícola, no Juncal, e do empreiteiro João Vieira, no ramal do Lajedo e da Costa e de outros, em serviços de Obras Públicas e da Rádio Naval. Fiz a comunhão solene com uns sapatos emprestados. Só tive os primeiros sapatos com idade de 18 anos e  o primeiro relógio de pulso, da marca butex, comprado  na loja do Sr. Ângelo da Fajâzinha – como era conhecido. Lembro-me como se fosse hoje, tal foi a alegria que tive. Custou 500$00(era muito dinheiro naquela altura).

O trabalho da lavoura era, naquela época, muito pesado e muito pouco compensador. Lembra-me de me levantar às 03h00 da manhã (isto no verão) para ir ordenhar as vacas que estavam no “Foro do Jorge”, para estar na Leitaria por volta das 08h00. Depois almoçava e continuava o trabalho da lavoura e à tarde repetia o mesmo, ou seja: voltava a ir ordenhar as vacas ao dito lugar “Foro do Jorge”. Hoje penso que só não morri porque era forte. Nessa altura, quase só se comia daquilo que a terra produzia. Não havia dinheiro e mesmo se houvesse os produtos existentes, nas lojas, eram muito poucos.  

Estudos – A minha irmã Teresinha que nessa altura já havia terminado o seu curso - o Magistério Primário -  disse-me  se eu quisesse estudar que me ajudava. Tinha então 22 anos quando iniciei os estudos. Já com essa idade foi difícil, muito difícil mesmo, começar. Foi  preciso muita força de vontade e muita persistência para continuar a ajudar o meu pai, na vida rural, e estudar.

Explicadores para o 1º Ciclo  - António Trigueiro Gomes Júnior e Maria Otília Freitas  Gomes Silva

Exame – Liceu Nacional da Horta (nessa altura o Carvalho Araújo é que fazia as ligações entre as Ilhas e o Continente  - uma vez por mês).

O 2º ciclo foi também feito no Liceu Nacional da Horta no ano de 1965, como estudante externo. Obtive o diploma do 5º Ano dos Liceus em três anos.

Vida Profissional – No fim do ano de 1965, com 25 anos de idade, entrei para a Repartição de Finanças de Angra do Heroísmo como aspirante estagiário onde trabalhei 8 mêses. Ganhava então por mês 1.200$00. Entretanto, fiz concurso para a Caixa Geral de Depósitos, ficando em 117º entre cerca de 600 candidatos. Fui convidado a ingressar nos Serviços da Instituição, mas para prestar serviço em Lisboa. Aceitei o lugar, como aspirante, e tomei posse na então Filial da Caixa em Angra do Heroísmo, no dia 17 de Outubro de 1966. Embarquei de novo a bordo do Carvalho Araújo que nessa altura levava 8 dias da Ilha Terceira a Lisboa. Esta foi a minha primeira separação do seio da família, mas algum dia teria de ser. Lembro-me como se fosse hoje. A primeira coisa que fiz quando cheguei a Lisboa foi comprar um jornal com vista a encontrar um quarto de renda, baratinho e o mais perto possível, do local de trabalho – Rua do Ouro, 49. Tive sorte, pois consegui um perto do Largo do Carmo, mas num quinto andar de um prédio antigo e sem elevador. Pudera, para ser barato tinha de ser, mas mesmo assim custava 500$00 mensais, pagos antecipadamente. Eu ganhava então, por mês,2.018$00. Para comer, pagar a renda do quarto, limpeza da roupa e os outros extras, indispensáveis, não sobrava nada e era preciso gerir bem.  Em Janeiro de 1967 e a meu pedido, fui transferido para Filial da Horta  –  Ilha do Faial, onde trabalhei até Setembro de 1969 tendo sido transferido para a Filial em Angra do Heroísmo como era meu desejo. Nessa altura era difícil encontrar lugar nos Quadros das Filiais das Ilhas, daquela Instituição de Crédito. Casei em Maio de 1967 com Claudina do Coração de Jesus Borges da Câmara, professora do Ministério Primário. Tinha um quarto arrendado na Alameda Barão de Roches, junto à Praça da República – cidade da Horta. A Casa era do Sr. Cardoso que trabalhava na Moagem Faialense.

Vida Profissional

Durante a minha vida profissional, todas as promoções que tive foram por mérito. Fui aposentado por mútuo acordo em em Dezembro de l994, na categoria de Chefe de Sector e com o nível 10. Substitui, por várias vezes, os Gerentes das Agências de Praia da Vitória, Velas de São Jorge e Santa Cruz da Graciosa. Fui membro da Comissão de Trabalhadores na Filial em Angra do Heroísmo.

Cargos Políticos

Presidente da Junta de Freguesia das Cinco Ribeiras - eleito pelas listas do  PPD/PSD(1977/1980)

Membro da Assembleia Municipal de Angra do Heroísmo: 6 anos em 2 mandatos de 3 anos, por direito próprio, como Presidente da Junta de Freguesia e mais 3 anos, eleito pelas listas do PPD/PSD. Aquando da eleição em listas do PPD/PSD, fiz parte do Grupo Parlamentar.

Presidente da Assembleia de Freguesia das Cinco Ribeiras – um mandato de 3 anos. Eleito pelo PPD/PSD

Outros cargos

Secretário da Comissão de Reconstrução da Igreja de Nossa Senhora do Pilar das Cinco Ribeiras e da Ermida de Nossa Senhora de Lurdes, sobranceira ao Porto da freguesia;

Membro do Conselho Administrativo da Paróquia de Nossa Senhora do Pilar das Cinco Ribeiras;

Tesoureiro e membro da Conferência de São Vicente de Paulo;

Presidente da Cúria Deocesana e membro da Legião de Maria;

Membro do Presídium da Legião de Maria;

Presidente da Direcção da Sociedade Recreativa de Nossa Senhora do Pilar das Cinco Ribeiras;

Presidente da Assembleia Geral da mesma Sociedade;

Presidente da Assembleia Geral da Casa do Povo das Cinco Ribeiras: 2 mandatos(6 anos);

Responsável pelo Centro de Convívio de Idosos da Casa do Povo das Cinco Ribeiras, durante 9 anos;

Dador de Sangue: desde o ano de 1987 até ao ano de 2005;

Vogal da Casa do Ocidente: Flores e Corvo, tendo também assinado a respectiva escritura com vista à sua criação;

Sócio  fundador da Casa Típica Dr. Marcelino Costa Moules Éco Museu, tendo assinado a respectiva escritura.

Ocupação dos tempos livres e gosto por:

Fotografia Digital , montagens, gravações de vídeo, fotos em qualquer suporte digital, HDTV, Satélite, Informática, tecnologia de top, viajar, pesca e desportos.